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Exemplos de

Ir a ponte

4 resultados encontrados


1. Revoada

. Viajando à nova estação. Pousar sobre a flor de laranje
a. Ir pelo pomar inteiro. Sempre a colorir o ar. Vou lá na
jando à nova estação. Pousar sobre a flor de laranjeira.
pelo pomar inteiro. Sempre a colorir o ar. Vou lá na bica
ção. Pousar sobre a flor de laranjeira. Ir pelo pomar inte
o. Sempre a colorir o ar. Vou lá na bica de àgua doce. Da
a flor de laranjeira. Ir pelo pomar inteiro. Sempre a color
o ar. Vou lá na bica de àgua doce. Da flor de colibrí. B
doce. Da flor de colibrí. Beber um gole, matar a sede. E sa
por aí. Fazer de conta que é madrugada. E sonhar com voç
escuridão. E venha ver que a luz do nosso olhar. Aponta a
para o coração. Clareia as cores da imensidão.

2. Barca

u mandado ao poderoso príncipe e mui alto rei Manuel, prime
o de Portugal deste nome. Começa a declaração e argumento
este nome. Começa a declaração e argumento da obra. Prime
amente, no presente auto, se fegura que, no ponto que acabam
o presente auto, se fegura que, no ponto que acabamos de esp
ar, chegamos supitamente a um rio, o qual per força havemos
so um anjo, e o do inferno um arrais infernal e um companhe
o. O primeiro intrelocutor é um Fidalgo que chega com um Pa
e o do inferno um arrais infernal e um companheiro. O prime
o intrelocutor é um Fidalgo que chega com um Paje, que lhe
ga com um Paje, que lhe leva um rabo mui comprido e üa cade
a de espaldas. E começa o Arrais do Inferno ante que o Fida
que temos gentil maré! - Ora venha o carro a ré! COMPANHE
O Feito, feito! Bem está! Vai tu muitieramá, e atesa aquel
sa aquele palanco e despeja aquele banco, pera a gente que v
á. À barca, à barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, qu
te que virá. À barca, à barca, hu-u! Asinha, que se quer
! Oh, que tempo de partir, louvores a Berzebu! - Ora, sus! q
barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, que tempo de part
, louvores a Berzebu! - Ora, sus! que fazes tu? Despeja todo
- Ora, sus! que fazes tu? Despeja todo esse leito! COMPANHE
O Em boa hora! Feito, feito! DIABO Abaixa aramá esse cu! Fa
e cu! Faze aquela poja lesta e alija aquela driça. COMPANHE
O Oh-oh, caça! Oh-oh, iça, iça! DIABO Oh, que caravela es
! Oh-oh, iça, iça! DIABO Oh, que caravela esta! Põe bande
as, que é festa. Verga alta! Âncora a pique! - Ó poderoso
tá apercebida? DIABO Vai pera a ilha perdida, e há-de part
logo ess'ora. FIDALGO Pera lá vai a senhora? DIABO Senhor,
bor. DIABO Quê?... E também cá zombais? FIDALGO E passage
os achais pera tal habitação? DIABO Vejo-vos eu em feiçã
is pera tal habitação? DIABO Vejo-vos eu em feição pera
ao nosso cais... FIDALGO Parece-te a ti assi!... DIABO Em q
ezam lá por ti?!... Embarca - ou embarcai... que haveis de
à derradeira! Mandai meter a cadeira, que assi passou voss
ti?!... Embarca - ou embarcai... que haveis de ir à derrade
a! Mandai meter a cadeira, que assi passou vosso pai. FIDALG
arcai... que haveis de ir à derradeira! Mandai meter a cade
a, que assi passou vosso pai. FIDALGO Quê? Quê? Quê? Assi
outro navio? DIABO Não, senhor, que este fretastes, e prime
o que expirastes me destes logo sinal. FIDALGO Que sinal foi
? DIABO Não, senhor, que este fretastes, e primeiro que exp
astes me destes logo sinal. FIDALGO Que sinal foi esse tal?
stoutra barca me vou. Hou da barca! Para onde is? Ah, barque
os! Não me ouvis? Respondei-me! Houlá! Hou!... (Pardeus, a
go de solar, é bem que me recolhais. ANJO Não se embarca t
ania neste batel divinal. FIDALGO Não sei porque haveis por
mais cortesia? Venha a prancha e atavio! Levai-me desta ribe
a! ANJO Não vindes vós de maneira pera entrar neste navio.
tavio! Levai-me desta ribeira! ANJO Não vindes vós de mane
a pera entrar neste navio. Essoutro vai mais vazio: a cadeir
ira pera entrar neste navio. Essoutro vai mais vazio: a cade
a entrará e o rabo caberá e todo vosso senhorio. Ireis lá
a cadeira entrará e o rabo caberá e todo vosso senhorio.
eis lá mais espaçoso, vós e vossa senhoria, cuidando na t
eis lá mais espaçoso, vós e vossa senhoria, cuidando na t
ania do pobre povo queixoso. E porque, de generoso, despreza
ho que mata e valentes remadores! Diz, cantando: Vós me ven
edes a la mano, a la mano me veniredes. FIDALGO Ao Inferno,
Diz, cantando: Vós me veniredes a la mano, a la mano me ven
edes. FIDALGO Ao Inferno, todavia! Inferno há i pera mi? Oh
s como remais, e, chegando ao nosso cais, todos bem vos serv
emos. FIDALGO Esperar-me-ês vós aqui, tornarei à outra vi
od'rá isso ser, que m'escrevia mil dias? DIABO Quantas ment
as que lias, e tu... morto de prazer!... FIDALGO Pera que é
Isto quanto ao que eu conheço... DIABO Pois estando tu exp
ando, se estava ela requebrando com outro de menos preço. F
is que assi é. DIABO Ora, senhor, descansai, passeai e susp
ai. Em tanto virá mais gente. FIDALGO Ó barca, como és ar
DIABO Ora, senhor, descansai, passeai e suspirai. Em tanto v
á mais gente. FIDALGO Ó barca, como és ardente! Maldito q
rdente! Maldito quem em ti vai! Diz o Diabo ao Moço da cade
a: DIABO Nom entras cá! Vai-te d'i! A cadeira é cá sobeja
o Moço da cadeira: DIABO Nom entras cá! Vai-te d'i! A cade
a é cá sobeja; cousa que esteve na igreja nom se há-de em
tos e de boamente! Oh! que barca tão valente! Vem um Onzene
o, e pergunta ao Arrais do Inferno, dizendo: ONZENEIRO Pera
Onzeneiro, e pergunta ao Arrais do Inferno, dizendo: ONZENE
O Pera onde caminhais? DIABO Oh! que má-hora venhais, onzen
Pera onde caminhais? DIABO Oh! que má-hora venhais, onzene
o, meu parente! Como tardastes vós tanto? ONZENEIRO Mais qu
s, onzeneiro, meu parente! Como tardastes vós tanto? ONZENE
O Mais quisera eu lá tardar... Na safra do apanhar me deu S
branto. DIABO Ora mui muito m'espanto nom vos livrar o dinhe
o!... ONZENEIRO Solamente para o barqueiro nom me leixaram n
Ora mui muito m'espanto nom vos livrar o dinheiro!... ONZENE
O Solamente para o barqueiro nom me leixaram nem tanto... DI
vos livrar o dinheiro!... ONZENEIRO Solamente para o barque
o nom me leixaram nem tanto... DIABO Ora entrai, entrai aqui
leixaram nem tanto... DIABO Ora entrai, entrai aqui! ONZENE
O Não hei eu i d'embarcar! DIABO Oh! que gentil recear, e q
DIABO Oh! que gentil recear, e que cousas pera mi!... ONZENE
O Ainda agora faleci, leixa-me buscar batel! DIABO Pesar de
a-me buscar batel! DIABO Pesar de Jam Pimentel! Porque não
ás aqui?... ONZENEIRO E pera onde é a viagem? DIABO Pera o
ABO Pesar de Jam Pimentel! Porque não irás aqui?... ONZENE
O E pera onde é a viagem? DIABO Pera onde tu hás-de ir. ON
ZENEIRO E pera onde é a viagem? DIABO Pera onde tu hás-de
. ONZENEIRO Havemos logo de partir? DIABO Não cures de mais
pera onde é a viagem? DIABO Pera onde tu hás-de ir. ONZENE
O Havemos logo de partir? DIABO Não cures de mais linguagem
IABO Pera onde tu hás-de ir. ONZENEIRO Havemos logo de part
? DIABO Não cures de mais linguagem. ONZENEIRO Mas pera ond
s logo de partir? DIABO Não cures de mais linguagem. ONZENE
O Mas pera onde é a passagem? DIABO Pera a infernal comarca
ra onde é a passagem? DIABO Pera a infernal comarca. ONZENE
O Dix! Nom vou eu tal barca. Estoutra tem avantagem. Vai-se
Anjo, e diz: Hou da barca! Houlá! Hou! Haveis logo de part
? ANJO E onde queres tu ir? ONZENEIRO Eu pera o Paraíso vou
! Houlá! Hou! Haveis logo de partir? ANJO E onde queres tu
? ONZENEIRO Eu pera o Paraíso vou. ANJO Pois cant'eu mui fo
Hou! Haveis logo de partir? ANJO E onde queres tu ir? ONZENE
O Eu pera o Paraíso vou. ANJO Pois cant'eu mui fora estou d
a lá. Essoutra te levará; vai pera quem te enganou! ONZENE
O Porquê? ANJO Porque esse bolsão tomará todo o navio. ON
rquê? ANJO Porque esse bolsão tomará todo o navio. ONZENE
O Juro a Deus que vai vazio! ANJO Não já no teu coração.
a Deus que vai vazio! ANJO Não já no teu coração. ONZENE
O Lá me fica, de rondão, minha fazenda e alhea. ANJO Ó on
onzena, como és fea e filha de maldição! Torna o Onzene
o à barca do Inferno e diz: ONZENEIRO Houlá! Hou! Demo bar
dição! Torna o Onzeneiro à barca do Inferno e diz: ONZENE
O Houlá! Hou! Demo barqueiro! Sabês vós no que me fundo?
barca do Inferno e diz: ONZENEIRO Houlá! Hou! Demo barque
o! Sabês vós no que me fundo? Quero lá tornar ao mundo e
que me fundo? Quero lá tornar ao mundo e trazer o meu dinhe
o. que aqueloutro marinheiro, porque me vê vir sem nada, d
nar ao mundo e trazer o meu dinheiro. que aqueloutro marinhe
o, porque me vê vir sem nada, dá-me tanta borregada como a
r o meu dinheiro. que aqueloutro marinheiro, porque me vê v
sem nada, dá-me tanta borregada como arrais lá do Barreir
ir sem nada, dá-me tanta borregada como arrais lá do Barre
o. DIABO Entra, entra, e remarás! Nom percamos mais maré!
BO Entra, entra, e remarás! Nom percamos mais maré! ONZENE
O Todavia... DIABO Per força é! Que te pês, cá entrarás
Todavia... DIABO Per força é! Que te pês, cá entrarás!
ás servir Satanás, pois que sempre te ajudou. ONZENEIRO Oh
DIABO Per força é! Que te pês, cá entrarás! Irás serv
Satanás, pois que sempre te ajudou. ONZENEIRO Oh! Triste,
s! Irás servir Satanás, pois que sempre te ajudou. ONZENE
O Oh! Triste, quem me cegou? DIABO Cal'te, que cá chorarás
me cegou? DIABO Cal'te, que cá chorarás. Entrando o Onzene
o no batel, onde achou o Fidalgo embarcado, diz tirando o ba
o Onzeneiro no batel, onde achou o Fidalgo embarcado, diz t
ando o barrete: ONZENEIRO Santa Joana de Valdês! Cá é vos
nde achou o Fidalgo embarcado, diz tirando o barrete: ONZENE
O Santa Joana de Valdês! Cá é vossa senhoria? FIDALGO Dá
só. DIABO De que morreste? PARVO De quê? Samicas de cagane
a. DIABO De quê? PARVO De caga merdeira! Má rabugem que te
ê? Samicas de caganeira. DIABO De quê? PARVO De caga merde
a! Má rabugem que te dê! DIABO Entra! Põe aqui o pé! PAR
é! PARVO Aguardai, aguardai, houlá! E onde havemos nós d'
ter? DIABO Ao porto de Lucifer. PARVO Ha-á-a... DIABO Ó I
. Pêro Vinagre, beiçudo, rachador d'Alverca, huhá! Sapate
o da Candosa! Antrecosto de carrapato! Hiu! Hiu! Caga no sap
filho da grande aleivosa! Tua mulher é tinhosa e há-de par
um sapo chantado no guardanapo! Neto de cagarrinhosa! Furta
o pão que te caiu! A mulher que te fugiu per'a Ilha da Made
a! Cornudo atá mangueira, toma o pão que te caiu! Hiu! Hiu
lher que te fugiu per'a Ilha da Madeira! Cornudo atá mangue
a, toma o pão que te caiu! Hiu! Hiu! Lanço-te üa pulha! D
merecedor de tal bem, que deva de entrar aqui. Vem um Sapate
o com seu avental e carregado de formas, e chega ao batel in
arregado de formas, e chega ao batel infernal, e diz: SAPATE
O Hou da barca! DIABO Quem vem i? Santo sapateiro honrado, c
diz: SAPATEIRO Hou da barca! DIABO Quem vem i? Santo sapate
o honrado, como vens tão carregado?... SAPATEIRO Mandaram-m
Santo sapateiro honrado, como vens tão carregado?... SAPATE
O Mandaram-me vir assi... E pera onde é a viagem? DIABO Per
onrado, como vens tão carregado?... SAPATEIRO Mandaram-me v
assi... E pera onde é a viagem? DIABO Pera o lago dos dana
pera onde é a viagem? DIABO Pera o lago dos danados. SAPATE
O Os que morrem confessados onde têm sua passagem? DIABO No
m cures de mais linguagem! Esta é a tua barca, esta! SAPATE
O Renegaria eu da festa e da puta da barcagem! Como poderá
arca, eramá pera ti, que há já muito que t'espero! SAPATE
O Pois digo-te que nom quero! DIABO Que te pês, hás-de ir,
EIRO Pois digo-te que nom quero! DIABO Que te pês, hás-de
, si, si! SAPATEIRO Quantas missas eu ouvi, nom me hão elas
que nom quero! DIABO Que te pês, hás-de ir, si, si! SAPATE
O Quantas missas eu ouvi, nom me hão elas de prestar? DIABO
antas missas eu ouvi, nom me hão elas de prestar? DIABO Ouv
missa, então roubar, é caminho per'aqui. SAPATEIRO E as o
IABO Ouvir missa, então roubar, é caminho per'aqui. SAPATE
O E as ofertas que darão? E as horas dos finados? DIABO E o
ofertas que darão? E as horas dos finados? DIABO E os dinhe
os mal levados, que foi da satisfação? SAPATEIRO Ah! Nom p
E os dinheiros mal levados, que foi da satisfação? SAPATE
O Ah! Nom praza ò cordovão, nem à puta da badana, se é e
poderês levar-me nela? ANJO A cárrega t'embaraça. SAPATE
O Nom há mercê que me Deus faça? Isto uxiquer irá. ANJO
a. SAPATEIRO Nom há mercê que me Deus faça? Isto uxiquer
á. ANJO Essa barca que lá está Leva quem rouba de praça.
á Leva quem rouba de praça. Oh! almas embaraçadas! SAPATE
O Ora eu me maravilho haverdes por grão peguilho quatro for
s por grão peguilho quatro forminhas cagadas que podem bem
i chantadas num cantinho desse leito! ANJO Se tu viveras de
ANJO Se tu viveras dereito, Elas foram cá escusadas. SAPATE
O Assi que determinais que vá cozer ò Inferno? ANJO Escrit
ntas infernais. Torna-se à barca dos danados, e diz: SAPATE
O Hou barqueiros! Que aguardais? Vamos, venha a prancha logo
. Torna-se à barca dos danados, e diz: SAPATEIRO Hou barque
os! Que aguardais? Vamos, venha a prancha logo e levai-me à
ser condenado?!... Um padre tão namorado e tanto dado à v
tude? Assi Deus me dê saúde, que eu estou maravilhado! DIA
vilhado! DIABO Não curês de mais detença. Embarcai e part
emos: tomareis um par de ramos. FRADE Nom ficou isso n'aven
haveis de ser cá pingado... Descobriu o Frade a cabeça, t
ando o capelo; e apareceu o casco, e diz o Frade: FRADE Mant
lição d'esgrima com a espada e broquel, que eram d'esgrim
, e diz desta maneira: FRADE Deo gratias! Demos caçada! Per
om a espada e broquel, que eram d'esgrimir, e diz desta mane
a: FRADE Deo gratias! Demos caçada! Pera sempre contra sus!
era sempre contra sus! Um fendente! Ora sus! Esta é a prime
a levada. Alto! Levantai a espada! Talho largo, e um revés!
, que todo o al no é nada! Quando o recolher se tarda o fer
nom é prudente. Ora, sus! Mui largamente, cortai na segund
sexta feitada. Daqui saio com üa guia e um revés da prime
a: esta é a quinta verdadeira. - Oh! quantos daqui feria!..
m üa guia e um revés da primeira: esta é a quinta verdade
a. - Oh! quantos daqui feria!... Padre que tal aprendia no I
o tordião e foram dançando até o batel do Anjo desta mane
a: FRADE Ta-ra-ra-rai-rã; ta-ri-ri-ri-rã; rai-rai-rã; ta-
e à vontade que este feito mal está. Vamos onde havemos d'
! Não praza a Deus coa a ribeira! Eu não vejo aqui maneira
está. Vamos onde havemos d'ir! Não praza a Deus coa a ribe
a! Eu não vejo aqui maneira senão, enfim, concrudir. DIABO
'ir! Não praza a Deus coa a ribeira! Eu não vejo aqui mane
a senão, enfim, concrudir. DIABO Haveis, padre, de viir. FR
a ribeira! Eu não vejo aqui maneira senão, enfim, concrud
. DIABO Haveis, padre, de viir. FRADE Agasalhai-me lá Flore
maneira senão, enfim, concrudir. DIABO Haveis, padre, de vi
. FRADE Agasalhai-me lá Florença, e compra-se esta senten
lá Florença, e compra-se esta sentença: ordenemos de part
. Tanto que o Frade foi embarcado, veio üa Alcoviteira, per
e partir. Tanto que o Frade foi embarcado, veio üa Alcovite
a, per nome Brízida Vaz, a qual chegando à barca infernal,
zida Vaz, a qual chegando à barca infernal, diz desta mane
a: BRÍZIDA Hou lá da barca, hou lá! DIABO Quem chama? BR
z. DIABO E aguarda-me, rapaz? Como nom vem ela já? COMPANHE
O Diz que nom há-de vir cá sem Joana de Valdês. DIABO Ent
apaz? Como nom vem ela já? COMPANHEIRO Diz que nom há-de v
cá sem Joana de Valdês. DIABO Entrai vós, e remarês. BR
Día. Que é o que havês d'embarcar? BRÍZIDA Seiscentos v
gos postiços e três arcas de feitiços que nom podem mais
feitiços que nom podem mais levar. Três almários de ment
, e cinco cofres de enlheos, e alguns furtos alheos, assi em
s de enlheos, e alguns furtos alheos, assi em jóias de vest
, guarda-roupa d'encobrir, enfim - casa movediça; um estrad
rtos alheos, assi em jóias de vestir, guarda-roupa d'encobr
, enfim - casa movediça; um estrado de cortiça com dous co
a movediça; um estrado de cortiça com dous coxins d'encobr
. A mor cárrega que é: essas moças que vendia. Daquestra
raíso! DIABO E quem te dixe a ti isso? BRÍZIDA Lá hei-de
desta maré. Eu sô üa mártela tal!... Açoutes tenho lev
s que ninguém me foi igual. Se fosse ò fogo infernal, lá
ia todo o mundo! A estoutra barca, cá fundo, me vou, que é
mais real. Chegando à Barca da Glória diz ao Anjo: Barque
o mano, meus olhos, prancha a Brísida Vaz. ANJO: Eu não se
is de levar. ANJO Não cures de importunar, que não podes v
aqui. BRÍZIDA E que má-hora eu servi, pois não me há-de
ízida Vaz à Barca do Inferno, dizendo: BRÍZIDA Hou barque
os da má-hora, que é da prancha, que eis me vou? E já há
, e sereis bem recebida; se vivestes santa vida, vós o sent
ês agora... Tanto que Brízida Vaz se embarcou, veo um Jude
do ao batel dos danados, diz: JUDEU Que vai cá? Hou marinhe
o! DIABO Oh! que má-hora vieste!... JUDEU Cuj'é esta barca
Cuj'é esta barca que preste? DIABO Esta barca é do barque
o. JUDEU. Passai-me por meu dinheiro. DIABO E o bode há cá
O Esta barca é do barqueiro. JUDEU. Passai-me por meu dinhe
o. DIABO E o bode há cá de vir? JUDEU Pois também o bode
DEU. Passai-me por meu dinheiro. DIABO E o bode há cá de v
? JUDEU Pois também o bode há-de vir. DIABO Que escusado p
E o bode há cá de vir? JUDEU Pois também o bode há-de v
. DIABO Que escusado passageiro! JUDEU Sem bode, como irei l
U Pois também o bode há-de vir. DIABO Que escusado passage
o! JUDEU Sem bode, como irei lá? DIABO Nem eu nom passo cab
de vir. DIABO Que escusado passageiro! JUDEU Sem bode, como
ei lá? DIABO Nem eu nom passo cabrões. JUDEU Eis aqui quat
rão! Querês mais outro tostão? DIABO Nem tu nom hás-de v
cá. JUDEU Porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz? A
tostão? DIABO Nem tu nom hás-de vir cá. JUDEU Porque nom
á o judeu onde vai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho apraz?
Porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz? Ao senhor me
inho apraz? Senhor meirinho, irei eu? DIABO E o fidalgo, que
u onde vai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho apraz? Senhor me
inho, irei eu? DIABO E o fidalgo, quem lhe deu... JUDEU O ma
ai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho apraz? Senhor meirinho,
ei eu? DIABO E o fidalgo, quem lhe deu... JUDEU O mando, diz
deu! Azará, pedra miúda, lodo, chanto, fogo, lenha, cagane
a que te venha! Má corrença que te acuda! Par el Deu, que
Deu, que te sacuda coa beca nos focinhos! Fazes burla dos me
inhos? Dize, filho da cornuda! PARVO Furtaste a chiba cabrã
ste a chiba cabrão? Parecês-me vós a mim gafanhoto d'Alme
im chacinado em um seirão. DIABO Judeu, lá te passarão, p
recês-me vós a mim gafanhoto d'Almeirim chacinado em um se
ão. DIABO Judeu, lá te passarão, porque vão mais despeja
ja na caravela! DIABO Sus, sus! Demos à vela! Vós, Judeu,
ês à toa, que sois mui ruim pessoa. Levai o cabrão na tre
hecereis que nom é ela do meu jeito. DIABO Como vai lá o d
eito? CORREGEDOR Nestes feitos o vereis. DIABO Ora, pois, en
no vos poeremos. CORREGEDOR Como? À terra dos demos há-de
um corregedor? DIABO Santo descorregedor, embarcai, e remar
um remo destes. Fazei conta que nacestes pera nosso companhe
o. - Que fazes tu, barzoneiro? Faze-lhe essa prancha prestes
que nacestes pera nosso companheiro. - Que fazes tu, barzone
o? Faze-lhe essa prancha prestes! CORREGEDOR Oh! Renego da v
Oh! Renego da viagem e de quem me há-de levar! Há 'qui me
inho do mar? DIABO Não há tal costumagem. CORREGEDOR Nom e
? DIABO Quando éreis ouvidor nonne accepistis rapina? Pois
eis pela bolina onde nossa mercê for... Oh! que isca esse p
vobis quoque cum ea, não temuistis Deus. A largo modo adqu
istis sanguinis laboratorum ignorantis peccatorum. Ut quid e
s, arrais, nonne legistis que o dar quebra os pinedos? Os d
eitos estão quedos, sed aliquid tradidistis... DIABO Ora en
aliquid tradidistis... DIABO Ora entrai, nos negros fados!
eis ao lago dos cães e vereis os escrivães como estão tã
z? DIABO Que serês bom remador. Entrai, bacharel doutor, e
eis dando na bomba. PROCURADOR E este barqueiro zomba... Jog
rel doutor, e ireis dando na bomba. PROCURADOR E este barque
o zomba... Jogatais de zombador? Essa gente que aí está pe
ncia e passai-nos como vossos! PARVO Hou, homens dos brevia
os, rapinastis coelhorum et pernis perdigotorum e mijais nos
nastis coelhorum et pernis perdigotorum e mijais nos campana
os! CORREGEDOR Oh! não nos sejais contrairos, pois nom temo
ijais nos campanairos! CORREGEDOR Oh! não nos sejais contra
os, pois nom temos outra ponte! PARVO Belequinis ubi sunt? E
mos outra ponte! PARVO Belequinis ubi sunt? Ego latinus maca
os. ANJO A justiça divinal vos manda vir carregados porque
t? Ego latinus macairos. ANJO A justiça divinal vos manda v
carregados porque vades embarcados nesse batel infernal. CO
infernal. CORREGEDOR Oh! nom praza a São Marçal! coa ribe
a, nem co rio! Cuidam lá que é desvario haver cá tamanho
que é desvario haver cá tamanho mal! PROCURADOR Que ribe
a é esta tal! PARVO Parecês-me vós a mi como cagado nebri
URADOR Diz um texto do Degredo... DIABO Entrai, que cá se d
á! E Tanto que foram dentro no batel dos condenados, disse
manda fazer....» CORREGEDOR E vós... tornar a tecer e urd
outra meada. BRÍZIDA Dizede, juiz d'alçada: vem lá Pêro
d'alçada: vem lá Pêro de Lixboa? Levá-lo-emos à toa e
á nesta barcada. Vem um homem que morreu Enforcado, e, cheg
bora, enforcado! Que diz lá Garcia Moniz? ENFORCADO Eu te d
ei que ele diz: que fui bem-aventurado em morrer dependurado
om é essa a nau que eu governo. DIABO Mando-te eu que aqui
ás. ENFORCADO Oh! nom praza a Barrabás! Se Garcia Moniz di
mil latins, mui lindos, feitos de cera. E, no passo derrade
o, me disse nos meus ouvidos que o lugar dos escolhidos era
eus ouvidos que o lugar dos escolhidos era a forca e o Limoe
o; nem guardião do moesteiro nom tinha tão santa gente com
escolhidos era a forca e o Limoeiro; nem guardião do moeste
o nom tinha tão santa gente como Afonso Valente que é agor
ha tão santa gente como Afonso Valente que é agora carcere
o. DIABO Dava-te consolação isso, ou algum esforço? ENFOR
ermão. DIABO Entra, entra no batel, que ao Inferno hás-de
! ENFORCADO O Moniz há-de mentir? Disse-me que com São Mig
el, que ao Inferno hás-de ir! ENFORCADO O Moniz há-de ment
? Disse-me que com São Miguel jentaria pão e mel tanto que
o burel. Agora não sei que é isso: não me falou em ribe
a, nem barqueiro, nem barqueira, senão - logo ò Paraíso.
a não sei que é isso: não me falou em ribeira, nem barque
o, nem barqueira, senão - logo ò Paraíso. Isto muito em s
é isso: não me falou em ribeira, nem barqueiro, nem barque
a, senão - logo ò Paraíso. Isto muito em seu siso. e era
ABO Falou-te no Purgatório? ENFORCADO Disse que era o Limoe
o, e ora por ele o salteiro e o pregão vitatório; e que er
o? ENFORCADO Disse que era o Limoeiro, e ora por ele o salte
o e o pregão vitatório; e que era mui notório que àquele
que te salvaras. Não o quiseste tomar... - Alto! Todos a t
ar, que está em seco o batel! - Saí vós, Frei Babriel! Aj
vós, Frei Babriel! Ajudai ali a botar! Vêm Quatro Cavale
os cantando, os quais trazem cada um a Cruz de Cristo, pelo
assi cantavam, quanto a palavra dela, é a seguinte: CAVALE
OS À barca, à barca segura, barca bem guarnecida, à barca
s espadas e escudos, disse o Arrais da perdição desta mane
a: DIABO Cavaleiros, vós passais e nom perguntais onde is?
os, disse o Arrais da perdição desta maneira: DIABO Cavale
os, vós passais e nom perguntais onde is? 1º CAVALEIRO Vó
avaleiros, vós passais e nom perguntais onde is? 1º CAVALE
O Vós, Satanás, presumis? Atentai com quem falais! 2º CAV
ós, Satanás, presumis? Atentai com quem falais! 2º CAVALE
O Vós que nos demandais? Siquer conhecê-nos bem: morremos
er conhecê-nos bem: morremos nas Partes d'Além, e não que
ais saber mais. DIABO Entrai cá! Que cousa é essa? Eu nom
i cá! Que cousa é essa? Eu nom posso entender isto! CAVALE
OS Quem morre por Jesu Cristo não vai em tal barca como ess
Cristo não vai em tal barca como essa! Tornaram a prossegu
, cantando, seu caminho direito à barca da Glória, e, tant
ca como essa! Tornaram a prosseguir, cantando, seu caminho d
eito à barca da Glória, e, tanto que chegam, diz o Anjo: A
da Glória, e, tanto que chegam, diz o Anjo: ANJO Ó cavale
os de Deus, a vós estou esperando, que morrestes pelejando
por Cristo, Senhor dos Céus! Sois livres de todo mal, márt
es da Santa Igreja, que quem morre em tal peleja merece paz
EGEDOR Oh! não nos sejais contrairos, pois nom temos outra
! PARVO Belequinis ubi sunt? Ego latinus macairos. ANJO A ju

3. Taverna

o, como um sonâmbulo? — É o Fichtismo na embriaguez! Esp
itualista, bebe a imaterialidade da embriaguez! — Oh! vazi
embriaguez! — Oh! vazio! meu copo esta vazio! Olá taverne
a, não vês que as garrafas estão esgotadas? Não sabes, d
s nossas reminiscências, de todos os nossos sonhos que ment
am, de todas as nossas esperanças que desbotaram, uma últi
as esperanças que desbotaram, uma última saúde! A taverne
a ai nos trouxe mais vinho: uma saúde! O fumo e a imagem do
o, e o transunto de tudo quanto ha mais vaporoso naquele esp
itualismo que nos fala da imortalidade da alma! e pois, ao f
osse tornar-se em lodo e podridão, como as faces belas da v
gem morta, não podeis crer que ele morra? Doidos! nunca vel
Doidos! nunca velada levastes porventura uma noite a cabece
a de um cadáver? E então não duvidastes que ele não era
uela fronte iam palpitar de novo, aquelas pálpebras iam abr
-se, que era apenas o ópio do sono que emudecia aquele home
a alma não é como a lua, sempre moça, nua e bela em sue v
gindade eterna! a vida não e mais que a reunião ao acaso d
vejar-se no cálice da flor ou na fronte da criança mais lo
a e bela. Como Schiller o disse, o átomo da inteligência d
alvez para o coração de um ser impuro. Por isso eu vo-lo d
ei: se entendeis a imortalidade pela metempsicose, bem! talv
ou os cabelos, essas crenças frias? A nós os sonhos do esp
itualismo. — Archibald! deveras, que é um sonho tudo isso
um sonho tudo isso! No outro tempo o sonho da minha cabece
a era o espírito puro ajoelhado no seu manto argênteo, num
timo o revela nas horas frias do medo, nas horas em que se t
ita de susto e que a morte parece roçar úmida por nós! Na
os? — Miséria! quando me vierdes falar em poesia eu vos d
ei: aí há folhas inspiradas pela natureza ardente daquela
me vierdes falar em poesia eu vos direi: aí há folhas insp
adas pela natureza ardente daquela terra como nem Homero as
uela terra como nem Homero as sonhou, como a humanidade inte
a ajoelhada sobre os túmulos do passado nunca mais lembrar
sões santas, nos desvarios daquele povo estúpido, eu vos d
ei: miséria! miséria! três vezes miséria! Tudo aquilo é
! miséria! três vezes miséria! Tudo aquilo é falso: ment
am como as miragens do deserto! — Estas ébrio, Johann! O
ês vezes miséria! Tudo aquilo é falso: mentiram como as m
agens do deserto! — Estas ébrio, Johann! O ateísmo é a
de Malebranche nos seus sonhos da visão em Deus. A verdade
a filosofia e o epicurismo. Hume bem o disse: o fim do homem
endem na toalha molhada de vinho, como os braços do carnice
o no cepo gotejante, o que nos cabe é uma historia sanguino
olenta, um daqueles contos fantásticos como Hoffmann os del
ava ao clarão dourado do Johannisberg! — Uma história me
que a esse reclamo erguera a cabeça amarelenta. Pois bem, d
-vos-ei uma historia. Mas quanto a essa, podeis tremer a gos
uele céu morno, o fresco das águas se exalava como um susp
o do leito do Tibre. A noite ia bela. Eu passeava a sós pel
: saiu. Eu segui-a. A noite ia cada vez mais alta: a lua sum
a-se no céu, e a chuva caía as gotas pesadas: apenas eu se
um túmulo prantos de órfão. Andamos longo tempo pelo lab
into das ruas: enfim ela parou: estávamos num campo. Aqui,
Era mesmo uma estátua: tão branca era ela. A luz dos toche
os dava-lhe aquela palidez de âmbar que lustra os mármores
ma estrela entre névoa, apertou-me em seus braços, um susp
o ondeou-lhe nos beiços azulados... Não era já a morte: e
s falar da catalepsia? É um pesadelo horrível aquele que g
a ao acordado que emparedam num sepulcro; sonho gelado em qu
da porta topei num corpo; abaixei-me, olhei: era algum cove
o do cemitério da igreja que aí dormira de ébrio, esqueci
lhei: era algum coveiro do cemitério da igreja que aí dorm
a de ébrio, esquecido de fechar a porta . Saí. Ao passar a
nu em minhas mãos frias... — Boa noite, moço: podes segu
, disse ele. Caminhei. — Estava cansado. Custava a carrega
mais esforço. Quando eu passei a porta ela acordou. O prime
o som que lhe saiu da boca foi um grito de medo... Mal eu fe
orta, bateram nela. Era um bando de libertinos meus companhe
os que voltavam da orgia. Reclamaram que abrisse. Fechei a m
. Quando entrei no quarto da moça vi-a erguida. Ria de um r
convulso como a insânia, e frio como a folha de uma espada
assim... Não houve como sanar-lhe aquele delírio, nem o r
do frenesi. Morreu depois de duas noites e dois dias de del
ava perfeitamente em cera, e paguei-lhe uma estátua dessa v
gem. Quando o escultor saiu, levantei os tijolos de mármore
cortinado? Não te lembras que eu te respondi que era uma v
gem que dormia? — E quem era essa mulher, Solfieri? — Qu
omo amuleto a capela de defunta. Hei-la! Abriu a camisa, e v
am-lhe ao pescoço uma grinalda de flores mirradas. —Vede-
u a camisa, e viram-lhe ao pescoço uma grinalda de flores m
radas. —Vede-la murcha e seca como o crânio dela! III BER
num dia ter três duelos com meus três melhores amigos, abr
três túmulos àqueles que mais me amavam na vida — e de
queles que mais me amavam na vida — e depois, depois sent
-me só e abandonado no mundo, como a infanticida que matou
olhos que brilham e os lábios de rosa d'Alexandria sem del
ar sonhos delas por longas noites ardentes! Andaluzas! sois
o após tanto desejo e tanta esperança eu sorvi-lhe o prime
o beijo, tive de partir da Espanha para Dinamarca onde me ch
tanta esperança eu sorvi-lhe o primeiro beijo, tive de part
da Espanha para Dinamarca onde me chamava meu pai. Foi uma
te de lágrimas — eram as últimas — depois deixou-se ca
, pôs as mãos no peito, e com os olhos em mim murmurou: De
orava, mas era de saudades de Ângela... Logo que pude reduz
minha fortuna a dinheiro pus-la no banco de Hamburgo, e par
es de Ângela... Logo que pude reduzir minha fortuna a dinhe
o pus-la no banco de Hamburgo, e parti para a Espanha. Quand
mava como uma Sultana, montava a cavalo como um Árabe, e at
ava as armas como um Espanhol. Quando o vapor dos licores me
cio: os cavalos de uma carruagem pisaram-me ao passar e part
am-me a cabeça de encontro à lájea. Acudiram-me desse pal
o passar e partiram-me a cabeça de encontro à lájea. Acud
am-me desse palácio. Depois amaram-me: a família era um no
dio terrível. Uma noite que eu jogava com Siegfried — o p
ata, depois de perder as últimas jóias dela, vendi-a. A mo
ias dela, vendi-a. A moça envenenou Siegfried logo na prime
a noite, e afogou-se... . . . . . . . . . . . . . . . . . .
da vida acordou-se em mim. A princípio tinha sido uma cegue
a, uma nuvem ante meus olhos, como aos daquele que labuta na
.. Quando recobrei os sentidos estava num escaler de marinhe
os que remavam mar em fora. Aí soube eu que meu salvador ti
homem. Pelas faces vermelhas caiam-lhe os crespos cabelos lo
os onde a velhice alvejava algumas cãs. Ele perguntou-me:
r na terra, e não deixaram morrer no mar. — Queres pois v
a bordo? — A menos que não prefirais atirar-me ao mar.
mar. — Queres pois vir a bordo? — A menos que não pref
ais atirar-me ao mar. — Não o faria: tens uma bela figura
Queres pois vir a bordo? — A menos que não prefirais at
ar-me ao mar. — Não o faria: tens uma bela figura. Levar-
Não o faria: tens uma bela figura. Levar-te-ei comigo. Serv
ás... — Servir!?...— e ri-me: depois respondi-lhe frio:
s uma bela figura. Levar-te-ei comigo. Servirás... — Serv
!?...— e ri-me: depois respondi-lhe frio: deixai que me at
!?...— e ri-me: depois respondi-lhe frio: deixai que me at
e ao mar... — Não queres servir? queres então viajar de
lhe frio: deixai que me atire ao mar... — Não queres serv
? queres então viajar de braços cruzados? — Não: quando
raços cruzados? — Não: quando for a hora da manobra dorm
ei: mas quando vier a hora do combate ninguém será mais va
cro a história do cadáver cujo guarda o segredo... e ele d
-vos-a apenas que tem no seio um corpo que se corrompe! lere
esperança adormecendo esquecido entre as ondas. Os marinhe
os a respeitavam: quando pelas noites de lua ela repousava o
m junto dela se descobriam respeitosos. Nunca ninguém lhe v
a olhares de orgulho, nem lhe ouvira palavras de cólera: er
sos. Nunca ninguém lhe vira olhares de orgulho, nem lhe ouv
a palavras de cólera: era uma santa. Era a mulher do comand
do nela ao frio das vagas e ao calor dos trópicos, que susp
ou nas horas de quarto, alta noite na amurada do navio, lemb
uarto, alta noite na amurada do navio, lembrando-a nos nevoe
os da cerração, nas nuvens da tarde… Pobres doidos! pare
e que esses homens amam muito! A bordo ouvi a muitos marinhe
os seus amores singelos: eram moças loiras da Bretanha e da
vi a muitos marinheiros seus amores singelos: eram moças lo
as da Bretanha e da Normandia, ou alguma espanhola de cabelo
om sua cesta de flores, ou adormecida entre os laranjais che
osos, ou dançando o fandango lascivo nos bailes ao relento!
ela sorria as vezes quando cismava sozinha, mas era um sorr
tão triste que doía. Coitada! Um poeta a amaria de joelho
. Um dia, meses depois, li-os, ri-me deles e de mim; e os at
ei ao mar... Era a última folha da minha virgindade que lan
de mim; e os atirei ao mar... Era a última folha da minha v
gindade que lançava ao esquecimento... Agora, enchei os cop
isos, com seus olhos úmidos e os seios intumescidos de susp
os, aquela mulher me enlouquecia as noites. Era como uma vid
. . . . . . . . . . . . . . . . . Uma vez ao madrugar o gaje
o assinalou um navio. Meia hora depois desconfiou que era um
assinalou um navio. Meia hora depois desconfiou que era um p
ata... Chegávamos cada vez mais perto. Um tiro de pólvora
u que era um pirata... Chegávamos cada vez mais perto. Um t
o de pólvora seca da corveta reclamou a bandeira. Não resp
perto. Um tiro de pólvora seca da corveta reclamou a bande
a. Não responderam. Deu-se segundo: nada. Então um tiro de
andeira. Não responderam. Deu-se segundo: nada. Então um t
o de bala foi cair nas águas do barco desconhecido como uma
onderam. Deu-se segundo: nada. Então um tiro de bala foi ca
nas águas do barco desconhecido como uma luva de duelo. O
eguido rumo oposto ao nosso e vinha proa contra nossa proa v
ou de bordo e apresentou-nos seu flanco enfumaçado: um rel
u flanco enfumaçado: um relâmpago correu nas baterias do p
ata, um estrondo seguiu-se... e uma nuvem de balas veio morr
em de balas veio morrer perto da corveta. Ela não dormia, v
ou de bordo: os navios ficaram lado a lado. À descarga do n
vios ficaram lado a lado. À descarga do navio de guerra o p
ata estremeceu como se quisesse ir a pique. . . . . . . . .
rga do navio de guerra o pirata estremeceu como se quisesse
a pique. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O p
ata fugia: a corveta deu-lhe caça: as descargas trocaram-se
trocaram-se então mais fortes de ambos os lados. Enfim o p
ata pareceu ceder. Atracaram-se os dois navios como para uma
esta ocasião sentiu-se uma fumaça que subia do porão. O p
ata dera fogo às pólvoras... Apenas a corveta por uma mano
fez-lhe grandes estragos. Alguns minutos depois o barco do p
ata voou pelos ares. Era uma cena pavorosa ver entre aquela
oou pelos ares. Era uma cena pavorosa ver entre aquela fogue
a de chamas, ao estrondo da pólvora, ao reverberar deslumbr
deslumbrador do fogo nas águas, os homens arrojados ao ar
em cair no oceano. Uns a meio queimados se atiravam a água,
brador do fogo nas águas, os homens arrojados ao ar irem ca
no oceano. Uns a meio queimados se atiravam a água, outros
ojados ao ar irem cair no oceano. Uns a meio queimados se at
avam a água, outros com os membros esfolados e a pele a des
a uma praia bravia, cortada de rochedos Aí se salvaram os p
atas que puderam fugir. E nesse tempo enquanto o comandante
rtada de rochedos Aí se salvaram os piratas que puderam fug
. E nesse tempo enquanto o comandante se batia como um bravo
pertar foi a um grito de agonia... — Olá, mulher, taverne
a maldita, não vês que o vinho acabou-se? Depois foi um qu
ecer, sabeis quanto se côa de horror ante aqueles homens at
ados ao mar, num mar sem horizonte, ao balanço das águas,
os que esperam e desesperam, aos soluços dos que tremem e t
itam de susto como aquele que bate a porta do nada... E eu,
vamos cinco: eu, a mulher do comandante, ele e dois marinhe
os… Alguns dias comemos umas bolachas repassadas da salsug
s — um amor de mulher que morreu nos meus braços na prime
a noite de embriaguez e de febre — e uma agonia de poeta..
a e a fita que prendia seus cabelos. Dele olhai... O velho t
ou do bolso um embrulho: era um lençol vermelho o invólucr
vermelho o invólucro: desataram-no: dentro estava uma cave
a. — Uma caveira! gritaram em torno: és um profanador de
lucro: desataram-no: dentro estava uma caveira. — Uma cave
a! gritaram em torno: és um profanador de sepulturas? — O
s do vale dorme uma criatura branca como o véu das minhas v
gens, loira como o reflexo das minhas nuvens, harmoniosa com
dorme uma criatura branca como o véu das minhas virgens, lo
a como o reflexo das minhas nuvens, harmoniosa como as arage
e, vai, e serás feliz! Tudo isso é belo, sim!... mas é a
onia mais amarga, a decepção mais árida de todas as ironi
a ironia mais amarga, a decepção mais árida de todas as
onias e de todas as decepções. Tudo isso se apaga diante d
que se aquenta no eflúvio da luz mais ardente do sol — ca
assim com as asas torpes e verminosas no lodo das charnecas
smo do homem —manda a morte de um para a vida de todos. T
amos a sorte... o comandante teve por lei morrer. Então o i
e sem termo e as velas que. branqueiam ao longe parecem fug
! Pobre louco! Eu ri-me do velho. Tinha as entranhas em fogo
o deserto das águas... eles temem-na, tremem diante da cave
a fria da morte! Eu ri-me porque tinha fome. Então o homem
falecia... caiu: pus-lhe o pé na garganta, sufoquei-o e exp
ou... Não cubrais o rosto com as mãos — faríeis o mesmo
o amor que nos queimava: gastamo-lo em convulsões para sent
ainda o mel fresco da voluptuosidade banhar-nos os lábios.
. Quando soltei-me dos braços dela a fraqueza a fazia desva
ar. O delírio tornava-se mais longo, mais longo: debruçava
is de entuviada... Estava louca. Não dormi, não podia dorm
: uma modorra ardente me fervia as pálpebras, o hálito de
se apoderou de mim. Uma vertigem me rodeava. O mar parecia r
de mim, e rodava em torno, escumante e esverdeado, como um
no, escumante e esverdeado, como um sorvedouro. As nuvens pa
avam correndo e pareciam filtrar sangue negro. O vento que m
ra o brigue inglês Swallow, que me salvara... Olá, taverne
a, bastarda de Satã! não vês que tenho sede, e as garrafa
outros criam-no compaixão pela pobre moca que vivia de serv
de modelo. O fato e que ele a queria como filha, como Laura
a queria como filha, como Laura, a filha única de seu prime
o casamento, Laura!... corada como uma rosa e loira como um
seu primeiro casamento, Laura!... corada como uma rosa e lo
a como um anjo. Eu era nesse tempo moço: era aprendiz de pi
sonhos de dezoito anos. Nauza também me amava: era um sent
tão puro! era uma emoção solitária e perfumosa como as
vam no fundo de mármore. Laura parecia querer-me como a um
mão. Seus risos, seus beijos de criança de quinze anos era
nos braços dela. O fogo de meus dezoito anos, a primavera v
ginal de uma beleza, ainda inocente, o seio seminu de uma do
estou desonrada para sempre... A princípio eu quis-me ilud
, já não o posso, estou de esperanças... Um raio que me c
esperança e de sede que me banhavam de lágrimas o travesse
o. Só as vezes a sombra de um remorso me passava, mas a ima
m grito, estendeu convulsivamente os braços como para repel
uma idéia, passou a mão pelos lábios como para enxugar a
ia, banhada de suor gelado, e arquejou... Era o último susp
o. Um ano todo se passou assim para mim. O velho parecia end
minha vida é uma desesperança — o que me resta? Adeus,
ei longe daqui... talvez então eu possa chorar sem remorso.
entre os vidros da janela aberta e batia nela: nunca eu a v
a tão pura e divina! . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ça, acordou-me e levou-me de rasto ao quarto de Laura... At
ou-me ao chão: fechou a porta. Uma lâmpada estava acesa no
ante tão lívido na tela e lembrei-me que naquele dia ao sa
do quarto da morta, no espelho dela que estava ainda pendur
quando eu saia do quarto de Laura com o mestre, no escuro v
a uma roupa branca passar-me por perto, roçaram-me uns cabe
avam umas passadas tímidas de pés nus Era Nauza que tudo v
a c tudo ouvira, que se acordara e sentira minha falta no le
adas tímidas de pés nus Era Nauza que tudo vira c tudo ouv
a, que se acordara e sentira minha falta no leito, que ouvir
ra Nauza que tudo vira c tudo ouvira, que se acordara e sent
a minha falta no leito, que ouvira esses soluços e gemidos,
ira, que se acordara e sentira minha falta no leito, que ouv
a esses soluços e gemidos, e correra para ver… . . . . .
a e uma lanterna e chamou-me para acompanhá-lo. Tinha de sa
fora da cidade e não queria ir só. Saímos juntos: a noit
a acompanhá-lo. Tinha de sair fora da cidade e não queria
só. Saímos juntos: a noite era escura e fria. O outono de
ra escura e fria. O outono desfolhara as árvores e os prime
os sopros do inverno rugiam nas folhas secas do chão. Camin
litário. O velho parou. Era na fralda de uma montanha. À d
eita o rochedo se abria num trilho: à esquerda as pedras so
pés a cada passada se despegavam e rolavam pelo despenhade
o e, instantes depois, se ouvia um som como de água onde ca
também Um aprendiz — um miserável que ele erguera da poe
a, como o vento às vezes ergue uma folha, mas que ele podia
o o vento às vezes ergue uma folha, mas que ele podia reduz
a ela quando quisesse… Eu estremeci, os olhares do velho
o quisesse… Eu estremeci, os olhares do velho pareciam fer
-me. — Nunca ouviste essa história, meu bom Gennaro? —
bre coração do velho? — Piedade! — E teve ele dó da v
gem, da desonra, da infanticida? — Ah! gritei. — Que ten
castigo pior que a morte, eu to daria. Olha esse despenhade
o! É medonho! se o visses de dia, teus olhos se escureceria
guardará o segredo, como um peito o punhal. Só os corvos
ão lá ver-te, só os corvos e os vermes. E pois, se tens a
stava armado. Eu... eu era uma criança débil: ao meu prime
o passo ele me arrojaria da pedra em cujas bordas eu estava.
Estou pronto, disse. O velho riu-se: infernal era aquele r
dos seus lábios estalados de febre. Só vi aquele riso...
alavam nas mãos, as raízes secas que saiam pelo despenhade
o estalavam sobre meu peso e meu peito sangrava nos espinhai
am apanhado junto da torrente, preso nos ramos de uma azinhe
a gigantesca que assombrava o rio. Era depois de um dia e um
írios que eu acordara. Logo que sarei, uma idéia me veio:
ter com o mestre. Ao ver-me salvo assim daquela morte horr
quisera matar-me, ele tinha rido à minha agonia e eu havia
chorar-lhe ainda aos pés para ele repelir-me ainda, cuspir
gonia e eu havia ir chorar-lhe ainda aos pés para ele repel
-me ainda, cuspir-me nas faces, e amanhã procurar outra vin
ir chorar-lhe ainda aos pés para ele repelir-me ainda, cusp
-me nas faces, e amanhã procurar outra vingança mais segur
o cheguei a casa do mestre achei-a fechada. Bati... não abr
am. O jardim da casa dava para a rua: saltei o muro: tudo es
forma de mulher com a face na mesa, e os cabelos caídos: at
ado numa poltrona um vulto coberto com um capote. Entre eles
uras de noites de orgia; mas para que? Fora escárnio Faust
lembrar a Mefistóteles as horas de perdição que lidou co
minha existência libertina. Se o não lembrásseis, a prime
a mulher das ruas pudera conta-lo. Nessa torrente negra que
nos tonteia então... ideai-la melhor a loucura que nos del
a naqueles jogos de milhares de homens, onde fortuna, aspira
lira naqueles jogos de milhares de homens, onde fortuna, asp
ações, a vida mesma vão-se na rapidez de uma corrida, ond
nde todo esse complexo de misérias e desejos, de crimes e v
tudes que se chama a existência se joga numa parelha de cav
m as lupercais romanas, nem os incêndios de uma cidade inte
a lhe alimentariam a seiva de morte, essa vitalidade do vene
de que fala Byron. Meu lance no turf foi minha fortuna inte
a. Eu era rico, muito rico então: em Londres ninguém osten
a: víssei-la assim e, à fé, senhores, que não havíeis r
de escárnio como rides agora! — Romantismo! deves estar
a! murmurou Bertram. — Poesia! por que pronunciar-lho à v
gem casta o nome santo como um mistério, no lodo escuro da
o presente incerto e vago de um gozo místico, pelo qual a v
gem morre de volúpia, sem sabe-lo por que... — Silêncio,
orto: cobre-as uma cristalização calcária, enfezam-se e m
ram. A poesia, eu to direi também por minha vez, é o vôo
alização calcária, enfezam-se e mirram. A poesia, eu to d
ei também por minha vez, é o vôo das aves da manhã no ba
o disse Hamlet; e tudo isso é inanido e vazio como uma cave
a seca, mentiroso como os vapores infectos da terra que o so
; e tudo isso é inanido e vazio como uma caveira seca, ment
oso como os vapores infectos da terra que o sol no crepúscu
como os vapores infectos da terra que o sol no crepúsculo
isa de mil cores, e que se chamam as nuvens, ou essa fada zo
-la e sonhá-la: apertei minhas mãos jurando que isso não
ia além, que era muito esperar em vão e que se ela viria,
ão iria além, que era muito esperar em vão e que se ela v
ia, como Gulnare aos pés do Corsário, a ele cabia ir ter c
ela viria, como Gulnare aos pés do Corsário, a ele cabia
ter com ela. Uma noite tudo dormia no palácio do duque. A
ta pálida. Parecia uma fade que dormia ao luar... O reposte
o do quarto agitou-se: um homem aí estava parado, absorto.
queria: a sua vontade era como a folha de um punhal — fer
ou estalar. Na mesa havia um copo e um frasco de vinho, enc
do leito do Tibre. A noite ia bela. Eu passeava a sós pela
de... As luzes se apagaram uma por uma nos palácios, as ru

4. Páscoa

ado, UMA PONTE como algo capaz de possibilitar a uma pessoa
de um ponto a outro, porque a ponte une, liga, os extremos.
Como exemplo, vejo em sentido figurado, UMA
como algo capaz de possibilitar a uma pessoa ir de um ponto
possibilitar a uma pessoa ir de um ponto a outro, porque a
une, liga, os extremos. Então, quando uma pessoa é conven
uncionou como base desse fenômeno, eu o considero como uma
.